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Postado em 05 de Outubro de 2020 às 16h05

As exportações de frango irão crescer em torno de 48% neste período [2019-2029]

Notícias do Setor (674)
EXPOMEAT 2026 - VI Feira Internacional da Indústria de Processamento de Proteína Animal e Vegetal Roberto Betancourt, diretor do Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo...

Roberto Betancourt, diretor do Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp), comenta os principais resultados do estudo “Outlook 2029 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro”, recém-lançado pela entidade.


AI – O Deagro/Fiesp lançou recentemente o “Outlook 2029 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro” com projeções futuras do agro. Neste relatório, o impacto causado pela pandemia de Covid-19 já foi contemplado?

RB – O relatório foi todo revisado antes de seu lançamento com relação à Covid-19, em um trabalho excepcional da MB Agro, a qual nos deu todo o suporte. O que nos mostra os resultados deste estudo? O Brasil ganhou maior relevância nas cadeias de aves e suínos porque não houve interrupção logística nem no abate nem no abastecimento. Provamos que o país é um parceiro confiável. Claramente, o Brasil está saindo fortalecido do estresse da Covid-19 nos mercados globais. Em longo prazo, acreditamos que esta pandemia não será impactante dentro das cadeias de aves e suínos. Os volumes continuarão a crescer e os fluxos de negócios nos mercados internacionais continuarão em ritmo forte.

AI – No Outlook, as projeções apontam para uma produção de 17,2 milhões de toneladas de carne de frango até 2029, com a perspectiva desde ano de fechar com 14,5 milhões de toneladas produzidas. Há demanda para um crescimento deste tamanho?

RB – As exportações de frango irão crescer, segundo nossas estimativas, em torno de 48% neste período. É um aumento bem maior do que o consumo doméstico, que deverá se ampliar em algo próximo a 21% nestes dez anos. O grande driver motivador deste aumento da demanda realmente será a exportação, mas entendemos que o consumo per capita do frango no Brasil passará dos 45,9 kg, dado de 2019, para 52,2 kg em 2029. Teremos um aumento de 14% no consumo per capita brasileiro. Isso resulta de um pequeno crescimento populacional, mas também decorrente de uma maior busca pela proteína de frango.

AI – Invariavelmente, se diz que o consumo per capita de frango no país atingiu o seu teto. No caso, há um espaço para crescimento ainda?

RB - É preciso analisar que uma parte deste aumento no consumo per capita brasileiro se dará em detrimento do consumo de carne bovina. Haverá migração maior do consumo do boi para o frango. A carne bovina tem se tornado cada vez mais um artigo de luxo e um produto caro. Então, mesmo com um consumo já elevado, prevemos uma maior demanda interna pelo frango neste período.

AI – O mercado de ovos também irá crescer dentro do período analisado pelo Outlook?

RB – O consumo de ovos é, dentre as proteínas animais, o que mais cresce no Brasil. A previsão de um aumento de 46%1 em sua produção até o ano de 2029. O consumo per capita irá saltar de 17,11 dúzias para 23,5 dúzias por habitante/ano. No mercado doméstico, o ovo é imbatível. Não só por ser um produto acessível, mas também por ter superado os mitos ligados à saúde que prejudicavam o seu consumo. Além disto é uma proteína de fácil preparo, prática para o consumo doméstico.

AI – Em termos de exportação de ovos, há expectativa de melhores resultados?

RB – Em relação ao mercado externo, acreditamos que isto depende da eficiência logística. O ovo, por ser um produto barato, tem no frete um peso enorme na viabilidade das exportações. Para o Brasil se tornar um player importante, terá de melhorar toda a eficiência da sua logística, seja aérea, marítima ou rodoviária. Dentro da porteira, o país é referência em produção. Só que é preciso ter ganhos que independem do produtor, que são os que envolvem a infraestrutura para que esta exportação se torne viável. É bom lembrar que o Brasil é um importante exportador de ovos férteis, só que por serem um produto de maior valor agregado, toleram um custo logístico maior. Mas, com a melhoria da infraestrutura, o Brasil terá sim uma crescente participação no mercado internacional de ovos para consumo.

Fonte: Avicultura Industrial

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